domingo, 23 de fevereiro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 60

Resultado de imagem para menino deitado na calçada
Nada mais é o que é, somente alguns arremedos de um segundo atrás. Tudo muda, nada permanece, assim é o motivo principal de nossa tristeza. Coloquemos as mãos em nossos bolsos, abaixemos as nossas cabeças e andemos, andemos e andemos em direção ao inevitável. Triste ou alegre, tudo é morte, um sopro só e estará tudo acabado e bem acabado. O que nos espera, é outra história, depende do que cada um acredita ou não...

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Me acalmo,
me almo,
em ondas mais ou menos azuis,
azul incerto,
ninguém por perto,
para escutar estes meus blues...

Me almo,
me acalmo,
em ondas mais ou menos blues,
apenas corte,
apenas mais morte,
minhas olheiras que são azuis...

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Até um,
até nenhum,
tudo é um beco sem saída,
eis a vida...

Até um, 
até nenhum,
toda estrada muito comprida,
eis a vida...

Até um,
até nenhum,
eu morro em cada despedida,
eis a vida...

Até um, 
até nenhum,
a sorte só nada distraída,
eis a vida...

Até um,
até nenhum...

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Pararei de falar das coisas que vi, das coisas que um dia amei, mas isso dói demais. Vou parar de falar dos amores que morreram, das paixões que gelaram, mas isso dói demais. Disfarçarei que está tudo bem, que tudo está em seu devido lugar, mas isso dói demais. Não reclamarei de dor alguma, de incômodo algum, mas isso dói demais. Não irei à mais nenhuma festa, não há mais o que comemorar, talvez um dia o fim, mas isso dói demais...

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Podem falar que sou triste demais,
que falo somente de choro, 
que tenho cumplicidade com a tristeza,
que chamo a solidão pelo nome,
mas isto é mentira...
Gostaria de rir mais de histórias engraçadas,
mas a maioria delas não é...
Queria falar mais sobre os finais mais felizes,
mas todo o final tem um quê de nada...
Poderia inventar notícias melhores,
mas isso não passaria de uma grande mentira...
Somos apenas seres humanos,
nosso destino já vem pré-fabricado
e os que foram felizes são meros desconhecidos...
Nossos céus são cobertos de escuridão,
nossa história uma grande mancada...
Podem falar que sou triste demais,
porque na verdade sou mesmo...

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Tens as olheiras 
de uma noite passada em claro,
entre o desvario e a loucura
em dose dupla...
Tragam-me a última dose da noite!
Eu sou o rei da madrugada...
Tens a preguiça
do acordar cedo demais,
enquanto eu mesmo nem durmo...
Companheira de noites sujas e frias,
vem morrer junto comigo!...

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Alegres, vãs e frias,
eis nossas almas vazias,
alegres, vãs e vadias,
eis nossas almas tardias,
e tudo se resume 
em apenasmente nada...
Onde dormi? Na calçada...

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