quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 50

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Cai água, cai água, cai água
água em todos os lados,
água em todos os cantos,
até não mais poder, 
água demais pra molhar e beber,
água pra cobrir ruas, derrubar casas,
pra matar sonhos, pra quebrar asas...

Cai água, cai água, cai água
água em todos os lados,
água em todos os cantos,
até não mais poder,
água pra dar vida e pra morrer,
água pra regar a terra, pra dar comida,
pra enterrar sonhos, fechar ferida...

Cai água, cai água, cai água...

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Uns olhos, os meus,
Perdidos na escuridão,
Não me importa mais
De onde vêm, pra onde vão

Uns olhos, os meus,
Acesos feito clarão,
Que agora estão perdidos
No meio da multidão...

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É preciso estudarmos cada passo
uns são bons, outros vão ao abismo;
é preciso observarmos todas as lentes,
umas são límpidas, outras obscuras;
vermos cada detalhe é necessário,
alguns podem certamente nos salvar,
outros podem ser a nossa certa derrota;

mas, ao mesmo tempo, vejamos,
ter prudência é sempre bom que se tenha,
desde que ela não nos tire os encantos;
os encantos necessitam sempre de algum risco,
isso faz parte se quisermos uma rotina
que seja desprovida de todas as rotinas...

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Cruzei o espaço feito risco
Caí no chão feito pedra
Amei demais feito um bicho
Corri demais feito um deus
Por vielas escuras entrei
Esvaziei todos os copos
Nunca tive idade pra isso
Todo tempo acaba errando
Quero contradizer toda contradição
Mas os sinais na avenida fecharam
Perigos é que temos pra hoje
Todos os pratos se repetem
Que os pássaros cantem logo
Antes de chegar outra madrugada...

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Estrela sem nome
eu ando sem nome igual à você
se gritarem por mim
no meio da multidão não sei responder
meus sonhos morreram
e como eles eu também estou à morrer
me chame estrela
pra que posso estar perto de você

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ainda repetirei muitos gemidos
porque dores vão e voltam
são parecidas com as marés
as mesmas que levam olhos
tanto para longe quanto para perto
vai meu coração
vai embora logo e de vez
não volte mais 
fique pelo porto que você chegar
não escreva cartas
não mande notícias
não preciso sentir mais nada
pois até minh'alma já morreu...

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num instante
a água caiu
em suas gotas
de uma violência
indescritível
o mundo anda 
sem ter pés
seus e meus erros
ainda estão
por aí
em todos os cantos
a música não pára
e tão-pouco as paixões
que dilaceraram
até o que não viram

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