domingo, 9 de fevereiro de 2020

Alguns Poemetos Sem Nome Número 53

Resultado de imagem para menino triste
Há um segredo atrás de cada porta,
uma tristeza atrás de cada olho,
agora nada mais me importa,
nem mesmo o caminho que escolho...

Há uma fatalidade em cada destino,
uma cota de lágrimas para chorar,
eu não sou mais aquele menino,
não posso mais ao menos reclamar...

Há apenas um barco esperando partir,
dia desses vão se abrir suas velas,
eu não vou mais poder nem dormir,
nem ver o sol invadir as minhas janelas...

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Faz tempo 
que o tempo faz tempo 
e em águas revoltas nado.
Desconheço quanta água engolirei
até que me afogue de vez, 
assim como desconheço
quantas palavras falei
ou deixei de falar.
Meu pranto já gritou,
hoje não grita mais,
é o silêncio dos apaixonados
que teimam em não morrer...

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Eu não sou Pessoa, nem tão pouco Bandeira,
nem ao menos Neruda e nem Wilde,
ou nenhum poeta desses conhecidos por aí,
estou aqui entre os vivos, pobre e triste,
meus versos são apenas rudes e sem talento algum,
um idiota que pensou que seria conhecido,
eu sou apenas aquele que achou uma flor sem nome
e teve pena dela, mais do que alguma 
que tiveram por si dia desses,
e arrancou-a delicadamente 
e abriu seu pobre peito e ofereceu moradia,
para que ela não morra nunca mais triste como eu...

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O sábio e o louco
possuem a mesma opinião:
a vida é apenas um final de festa. 
O sábio está indo embora
e o louco quer aproveitar o final...

O sábio e o louco
enxergaram a mesma coisa:
a maldade anda entre os homens.
O sábio tranca a porta de casa
e o louco sai correndo na rua...

O sábio e o louco 
escutaram o mesmo barulho:
das dores que o mundo tem.
O sábio vai fazendo seu remédio
e o louco prepara as ataduras...

O sábio e o louco
conhecem o mesmo segredo:
tudo acaba um dia.
O sábio aguarda com serenidade
e o louco comemora por isso...

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Linda flor não me deixe
isso pode parecer lugar-comum 
mas nunca foi, não é
preciso de alguma companhia
até que chegue o final
Se você se cansar, durma o meu lado
segure minha mão enquanto isso
tudo tem o seu final e eu aprendi 
isso da forma mais dorida possível
Não vá embora
eu peço de cabeça baixa
espere a madrugada passar
aprendi um segredo:
os tristes geralmente morrem nas manhãs...

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Eu fumo distraidamente meus cigarros
enquanto as cenas se desenrolam 
antes meus olhos mais que confusos
não meu culpo pelos erros que cometi
eles foram apenas o que eram
não haveria como escapar deles
eu me culpo sim pelo que fui
deveria ter rido mais de tudo
mesmo quando a tristeza chegasse perto...

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o ventilador também faz vento
mas seu vento é morto
desprovido de qualquer poética
das torneiras escorre água
mas não são águas do rio
com o seu constante cantar
as paredes do prédio abrigam
mas não possuem a segurança
de um amor correspondido
pobre de mim que só tenho
a ilusão de ter algo que não tenho...

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