Efeitos transcendentais à luz de toda a sombra. Eu nem sei onde estamos e tão pouco quero saber se saberei. Só ando e andar já basta enquanto nossa máquina funciona por mais que tudo um dia acabe.
Eu tenho pesadelos mesmo quando sonho e até às vezes quando nada existe. Forço barra para simplesmente não enlouquecer mais do que meus limites.
Todas as horas contam na bagagem que poderei levar ou não. Os pesos diminuíram, são apenas mais alguns detalhes que podemos guardar ou não. Há muitos detalhes que dariam uma fatídica dissertação, mas eu prefiro não falar. Esquecer é para os felizes. Eu não sou um deles.
O calor queima minhas pobres entranhas, o frio também gosta de aprontar das suas. Se correr... Cansa-se com alguma facilidade e vai depender de quem está cansado. As engrenagens do tempo rangem, se lubrificadas ainda fazem a mesma coisa.
Comumente fiquei quieto nas vezes certas e nas erradas idem. Nenhuma satisfação é garantida, nem temos nosso dinheiro de volta. Todo trato pode ser um pequeno desastre ou um grande desastre – essa é a sua natureza.
Não sou o culpado, mesmo que pareça ser, em falar sobre o que é de forma que é. Mas alguém tem que exercer esse desagradável ofício. Os carrascos também precisam comer...
Queria eu pintar cores mais alegres, caprichar em vermelhos e amarelos com maior volúpia, quase tal forte quanto quem tem um orgasmo, involuntário ou não. Mas até o tesão está em falta no mercado e não há quem reclame por isso.
Eu sou o desesperado que agarrou a calma pelos cabelos e não soltou mais. Cravei minhas unhas em suas carnes, mesmo que nós dois sangrássemos ao mesmo tempo e com a mesma intensidade de dor.
Esqueça o que sinto, esqueça toda a poesia que há em mim, nem eu mesmo ligo tanto agora. Meu corpo está fechado e minha alma mais ainda. Tudo está fechado para balanço mesmo quando existam enjoos.
Respiro com dificuldade e suo mais ainda. O minha imaginação parou na próxima esquina me esperando, mas eu ainda nem terminei de me arrumar. Seria bom tudo que é inconfessável, eu ainda sou rebelde ao meu jeito.
Minha grandeza se baseia no meu pequeno tamanho, assim como a minha riqueza tem várias contas para pagar. Maldito capital que me abençoa todos os dias para depois rir da minha cara. Maldita obviedade que nada ensina à não ser algumas tolices conhecidas por todos.
Ah! Como eu tremo, como...
(Extraído do livro "Insano" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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