terça-feira, 3 de dezembro de 2013

História da Torre ou Incontável


Amor de minha querida Madrid
Nunca te encontrei fora do meu mundo...
O sol brilha em todos os metais
E eu fico daqui pensando:
Ah! Não serão mais belos os leões de Castela
Nem serão mais sagrados seus pavilhões...
O teu gosto é como o vinho
(Quanto mais velho melhor
Mesmo que o óbvio se encontre
Em todas as possíveis direções)
Quantas vezes chorei e chorei
E disto não me arrependi...
Do alto desta torre vejo o céu
E conto pelos dedos tantas cores...
São tantas cores e tantas águas
Mas meus olhos de meninos guardam todas.
Quem tem piedade de mim?
Amor de minha querida Madrid
(Madrid que hoje só me fala em versos)...
Quem me dera lamber teu dorso
Como quem goza pelos poros
E blasfemar pela enésima vez
Sem ter qualquer um remorso.
Meu Deus, meu Deus, quem terá culpa
Se as coisas que nos tentam tu criaste
E nos expulsaste do céu com asas?
Guarda em segredo tudo que gosto
Mas de nada hei de abrir mão.
Beija minha boca. Me desespera.
Crucifica-me em teus braços uma só vez.
Dá tuas carnes para o meu deleite.
Eu sou o teu fantasma o teu espectro.
O demônio que posa em fotos de família.
Camila. Beija meu rosto e conta segredos
De como o gato pula do chão ao muro.
E conto pelos dedos tantas dores.
São tantas sedes e tantas águas.
Que haverão de ficar com os esquecidos.
Esquecidos cegos mudos incompreendidos.
Amor de minha querida Madrid.
Não fale alto fica em silêncio.
Não acorde quem dorme no meu coração.
Incontáveis vezes te amarei.
Incontáveis vezes. Incontáveis vezes...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLIV (Tranças Imperceptíveis)

Quero deixar de trair a mim mesmo dentro desse calabouço de falsas ilusões Nada é mais absurdo do que se enganar com falsas e amenas soluçõe...