quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Era o Menino

Era o menino. Era ele sem dúvida.
Olhando as coisas ao redor e anotando todas elas.
Atrás de grossos vidros haviam seus olhos demais.
Ele anotava cada cor e cada som soltos no ar.
Mesmo que passe todo tempo do mundo.
Mesmo que as estrelas se apaguem um dia.
E cada riso se torne em choro novamente.
Ele sim poderá sorrir por tudo que foi um dia bom.
Ele guardou e cada coisa se tornou um tesouro.
De cada partida ficou ainda um pedaço.
De cada tesouro enterrado lhe restou uma moeda.
E tudo aquilo que não foi seu um dia agora é.
Todos se inclinem perante o rei.
Com sua coroa de lata e sua espada de madeira.
Só ele sabe o segredo além das nuvens.
Só ele cavalga em invisíveis corcéis.
Ao seu comando está incontáveis batalhões.
Por sua ordem as ondas do mar pararão.
Ou tempestades se formarão em claros dias.
Nada de tecnologia o comove ou o compra.
E nem a zanga dos homens maus lhe faz tremer.
Toda maldade acabou em um só instante.
E as bruxas voltaram para dentro da escuridão.
Era o menino. Era ele sem dúvida...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...