domingo, 29 de dezembro de 2013

Cemitério de Boas Intenções


Em cada epitáfio desses há um drama
Para ser porque ainda não foi chorado
Uma história sem ter um final feliz
Como vemos em qualquer um lado
Em que sonhos caíram diretos no chão
E nenhum deles foi ainda apanhado
E a terra lhe foi posta em cima
Como tudo que passa vai ser ocultado
Sete palmos é o que lhe resta
Sete palmos é o único legado
Existe em cada um que aqui está
Um encontro que acabou não marcado
Um amor que foi apenas maldito
Um prazer que nunca será gozado
Uma carta que acabou não escrita
Um rosto que virou para o outro lado
A corda que enfim balançou o corpo
O gatilho que acabou sendo apertado
E neles se repetem pretéritas blasfêmias
Para que um demônio seja acordado
Haviam tantas e mais tantas histórias
Mas nenhum enredo acabou bem contado
E mesmo que se seja agora o moderno
Qualquer dia seremos apenas o passado
O passado que passou tão depressa
E que nem um só sinal deixou marcado
Eram tantas as nossas boas intenções
Mas agora acabou e está bem acabado...

Um comentário:

Insalubre (Miniconto)

Insalubre era a casa dela (se é que podia ser chamada de sua ou ser chamada de casa). Qualquer favela tem coisa bem melhor. Sem porta, sem j...