Eis que pense. E que
fale. E no falar não diga nada. É assim. As nuvens sobrevoando nossas mentes
como o que mais há. Somos nós e na verdade não somos. E a menina inconsequente é somente outra história que conhecemos. Apenas isso. As janelas
têm vidros quebrados e sol e poeira invadem. Nada um dia restará. Quando muito
amargas e sujas lembranças. E um monstro da lagoa que agora posa para turistas.
É por foto que cobramos. Fatos inimagináveis que temos que ver. Está lançada a
sorte. A moeda tem que rodopiar pelo ar. Eu não posso achar nada. Acabou de
acabar. Um cincosalamão é impresso na testa ou em outra carne. Somos marcados
pelo resto de nossas eternidades. Quero o temporal que você me prometeu. Quero as
verdades fatiadas com molho da casa. E as mentiras mais deslavadas possíveis. É
um sono pesado. Isso sim. E a boca cansada de copos e pesada de tantos enganos.
O carrasco corta sua própria cabeça. Vamos enganar ao enganador. Não há beleza
alguma em canto algum em momento algum. E frases bem construídas cortam que nem
navalhas. Eu vou colocar Deus escrito no meu braço. E nem vai doer tanto. Estamos
plenamente plenos da plenitude plena. Tanto a que enche. Como a que esvazia.
Não consulte o relógio. Acabou teu valor de mercado. Não consulte a agenda. Os
programas irão definhando como plantas sem água com sol ou com lua. Cara de
lua. Cara de tacho. Cara de pau. Queremos apitos pra dançar naquela fogueira.
Só naquele e nunca em
outra. Queremos aquele elixir e só aquele. Que gosto tem e
pra quê que é e o que ele faz pouco importa. Nem sempre os que estão deitados
são os que morreram. Às vezes não. Eu mesmo já fui ao meu enterro várias vezes
e gostei de repetir a dose. A foto ficou boa. A mágoa aumentou como se numa
aula de matemática. Nunca queira fazer as contas comigo. A perda poder ser
maior que o ganho. Onde está e onde estamos. Móveis velhos e mal cuidados.
Roupas ridículas pra mostrar o que menos devia. Capriche na maquiagem. Mantenha
sua boca ocupada. Mantenha sua mente entorpecida. Pela primeira porcaria que
estiver pela frente. Fique achando que existem amigos. E que são engraçadas as
piadas repetidas eternamente. Nem eu e nem você. O jogo só empata e quando
muito. Os jogadores sempre se enganam bem que se diga. E as meninas das meninas
das meninas das meninas são apenas espantalhos. E nem um encanto poderá
inverter essa situação. É bobice e é bobagem e é bobeira. Cegos aos montes
andam pelo mundo e recusam qualquer ajuda. Eu também me enquadro nisso. E não
quero que minha verdadeira natureza lhe mate. Quando muito usarei teus olhos como
brincos de efeito. Sem nenhum rancor. Cada centavo é sagrado e a oportunidade é
única. Até logo e até já. Dispenso apresentações e biscoitinhos caseiros...
Perdido como hão de ser os pássaros na noite, eternos incógnitas... Quem sou eu? Eu sou aquele que te espreita em cada passo, em cada esquina, em cada lance, com olhos cheios de aflição... Não que eu não ria, rio e muito dos homens e suas fraquezas, suas desilusões contadas uma à uma... Leia-me e se conforma, sou a poesia...
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Alguns Poemetos Sem Nome N° 322
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