Como passos de dança ensaiados
Vamos à deriva neste navio
Dias e dias de sóis acordados
Que nos fazem tremer de frio
Bonecos mamulengos desengonçados
A vida é vela assopre o pavio!
O primeiro Neenderthal
O primeiro passo na lua
Um sonho lá no quintal
Essa boca não era a tua!
Como restos no prato sobejados
Falta coragem de passar a ponte
Sempre vítimas nunca culpados
Da esperança falta um monte
De pedaços de pano rasgados
A vida é hoje esqueça o ontem!
O primeiro romano
O primeiro cidadão do mundo
Queria esquecer de ser humano
Mesmo que fosse um segundo!
Como se fossem deuses manipulados
Num grande altar de hipocrisia
Nossas moedas já têm três lados
Qualquer desastre traz alegria
Se heróis estamos sempre errados
Como velho rádio sem sintonia!
A primeira sinfonia
O primeiro grupo de axé
Se existir um último dia
Ainda estaremos de pé
Como pedaços de vidro quebrados
Quebra-cabeças pra qualquer artista
Antigos canalhas sujos desconsolados
Somos culpados e deixamos pista
Bebemos um jogo de dados viciados
Comemos as páginas de velha revista!
O primeiro esquema
O primeiro espaço
As flores estão no poema
Mas ele é feito de aço!
Como passos de dança ensaiados
Que nos fazem tremer de frio
Noites e noites sós e acordados
Vamos à deriva neste navio
Bonecos mamulengos desengonçados
A vida é vela assopre o pavio!
Um dois três quatro!
Quatro três dois um!
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