Não! Hoje não, cachaça não, me dê aí a cerveja mais barata que tem. Não esqueça de fazer um pacote daquela linguiça mais barata também. Boa, cheia de rodelas de cebola daquelas grandes. Fritas naquele óleo que está na frigideira acho que faz uma semana. Não precisa ter pressa, não. Eu fico aqui em pé, com os braços no balcão empoeirado e cinza feito de cimento liso. Não está empoeirado? Ah! Você passou aquele pano mais ou menos sujo que vive ali na pia? Ótimo... Essa poeira deve vir deste chão de barro que mesmo sob esse teto, acaba molhando quando chove e o vento faz a chuva vir de lado, né? Hum... O cheirinho está chegando aqui... Até que esse fogão velho, desses brancos, está bem conservado. Deve ter mais da metade da minha idade, o que é mais do que se precisa. Atenda logo o cara que veio tomar uma. Parece que ele está com pressa de ir de volta pra obra, está cheio de cimento. Pode abrir a minha também, Pelo menos o copo está limpo, é americano do jeito que eu gosto, mesmo não tenho nada contra aqueles de massa de tomate que você serve aos fregueses. Está ótima, gelada no ponto, esse geladeira enferrujada dá pro gasto. Estão discutindo novamente na casa ao lado. É sempre isso? Bem, deixa eu comer a minha linguiça, beber minha cerveja. Vai um tira-gosto, amigo?
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