Descanso imerecido
Rock cerimonial
Urso de pé passeando
Notícias irregulares
O paciente melhorou
A escada com vertigem
O sapato cansado
Quero não querer mais
A fuligem branqueadora
Programa esportivo
Nervos de papel
Eternos passageiros
Quem me conhece
Cigarros artesanais
A calma furiosa
Nada mais para falar
A nudez no espelho
Todos já morreram
A exceção fez a regra
Somos o nada de tudo
Minha barba por fazer
Uma dose de conhaque
A medida exata
Dois tombos num só
Qualquer lugar vale
O seco está molhado
O réquiem alegrou-se
Não pedi nada demais
A bola inédita
A chave das águas
O pio do felino
A mancha na sombra
Briga de foice no claro
Balanço sonoro de rede
Epopeia de banalidade
Li a mão da cigana
Embriagado com água
O medo correu de mim
Cecília não era cega
Bandeira feita de lata
A esquerda é direita
Meu canteiro de downloads
Praia sem areia
Dei tapa na boca de noite
Esbarrei no Everest
Fiz paredes de ar
A cola era da escola
Coma tudo de graça
Fernando bebeu uísque
O mata-cabras não matou
O vermelho está azul
Cinzas de incongruência
Delicadamente delicado
Para o Bis eu peço bis
Pisei no pé da serpente
Botei minhas asas para lavar
Pois eu só uso nuliuso
Besteira pouca é besteira
Vão-se os dedos e ficam os anéis
O importante não importa...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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