Todo mês, toda data (des)importante,
Tão banal, tal e qual comercial de refrigerante,
O cara teve aquele infeliz sobressalto,
E acabou caindo de boca no asfalto,
Andará de skate na rampa do Planalto?
Toda vez, todo bendito (maldito) santo dia,
Vou gargalhar e me mijar de pura agonia,
A camisinha furou e ela acabou ficando prenha,
Se é mais um miserável que logo ele venha,
Mais um pra fogueira do destino, mais uma lenha!
O cara acabou batendo as botas na fila de SUS,
Para a alegria geral do papa-defuntos e dos tatus,
Agora só bebemos cachaça com biscoito recheado,
A poeira se espalha pra tudo quanto é lado,
Melhor que poeta falar é ele ficar bem calado...
É mais um, é mais, podem logo preparar a cova,
Escrevam um epitáfio bem bonito, uma frase nova,
Escrevam as datas de forma correta, todas exatas,
Não vai ser preciso escrever quaisquer bravatas:
Eis aqui mais um perdedor que não comeu as batatas...
Só mais um...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
Nenhum comentário:
Postar um comentário