Alguma coisa, quase nada,
Uma grande festa sem motivo,
A fama heroica do anonimato,
O sem-gracismo de exclamações,
O estômago quase vazio,
Os pulmões cheios de poeira,
A turnê dentro de casa,
Tenho motivos de porra nenhuma...
Alguma coisa, quase nada,
Página em branco esquecida,
A grana se tornou um deus,
A arte acabou machucada,
Piratas de muitos Caribes,
Apatia chegando em delivery,
Corações de aço inoxidável,
Meus monstros foram passear...
Alguma coisa, quase nada,
O gato colocou terra por cima,
O boleto acabou me vencendo,
Perdi a hora de meu ócio,
Brinquei com algumas labaredas,
Já derrubei alguns castelos,
Andei descalço milhares de léguas,
Acabei caindo de cima do telhado...
Alguma coisa, quase nada,
Ninguém notou o meu grito...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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