terça-feira, 18 de março de 2014

Quando Eu Ando


Quando ando na calçada
É tudo ou nada
E reparo as casas dormindo
Vou sair saindo
E se não for tanto
Ainda sobra o espanto
Pelo que é comum
O que feito um à um
É formado sob pragas
Já rolaram muitas águas
Lágrima de um menino
E o desencanto do destino
Mesmo sem adjetivos
Estamos pra lá de vivos
Eu e ele e você
Sem motivos pra viver
Mas entregues na geral
Ano inteiro carnaval
Tanto faz cachaça ou vinho
Eu preciso de carinho
Eu preciso de loucura
Essa procura
Do que existe ou não existe
Me fazendo alegre ou triste
Ainda vejo seu rosto
Mas não sentirei o gosto
Eu já ando apressado
E viro a cara de lado...

Quando ando em disparada

Não penso em mais nada
E reparo na fumaça subindo
E à cair caindo
E agora sem espanto
Escuto um pranto
Mas não choro por nenhum
E até sóbrio sou bebum
E formado sobre as águas
Já vivi mais de mil sagas
Lástima de um destino
Trapaceiro e ladino
Mesmo sem objetivos
Porém com mil motivos
Eu e ele e você
O que há pra comer?
Somos maus sem mal
Corre vem o temporal
Tanto faz rosa ou espinho
Eu preciso de carinho
Eu preciso de ternura
Sem frescura
De que existe ou não existe
Sem ter dedo em riste
Ainda sinto teu gosto
Mesmo estando indisposto
Eu não estou estressado
Nem viro a cara de lado...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...