segunda-feira, 10 de março de 2014

Na Praça da Desilusão


Foi num tempo feio
Em que as tempestades se disfarçavam...
E eu queria ser o que nunca fui...
Eu nem queria voltar atrás
Porque bobagens como esta não acontecem...
Esqueçam de tudo isso
Só o tempo remastiga tais coisas.
Foi somente nossa idiotice
E nossa culpa já foi perdoada...
Não existiram flores naquele maldito jardim
E quanto mais recontamos coisas
A distorção faz a mudança inevitável...
Mudar coisas pode ser perigoso
E acreditar nas próprias mentiras mais ainda...
Não acordemos os mortos
Pois nós ainda não os somos...
Eu mesmo quero viver todos meus dias
E até se puder quero viver mais um...
Os verdadeiros deuses jamais estarão
Na suja ilusão dos mortais...
Eu não andei em círculos como queriam
Mas o que me fizeram isto sim...
Alguns já dormem num eterno pesadelo
E a minhas reticências lhes cai tão bem...
Em outro tantos carnavais não brinquei
Mas hoje o palhaço pode rir mais tranquilo.
Se precisar de algo estamos aí
Mas os tempos acabaram mudando
E o mal pôde se transformar em bem...
Escutem o som se quiserem
E recordem de qualquer besteira...
O remédio fez efeito apesar da colateralidade
Isso faz parte de um grande jogo
E mesmo o amargo tem seu doce no final...
Eu deixei de contar as palavras tem tempo
E agora rio mais seriamente de qualquer peça
Que o caminho quiser me aprontar...
Meu velho e caro amigo mande alguma notícia
Nem a morte fica sem mandar alguma coisa...
Eu não agora rei de mim mesmo
Mas quando quero posso até pensar...
A praça vai se enchendo aos poucos
E os meus não poderiam deixar de seguir tal ritmo
Eles na verdade sempre gostaram disto...
E nem sei mais em tantas horas
Mas tudo começará de novo e de novo...
A pressa exige minha presença
E muito mal dá pra acender outro cigarro
Um abraço até logo até já adeus...

(Para S.L.Alves, irmão).

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