domingo, 10 de novembro de 2013

SobreTempo


Faz tanto tempo que meu tempo foi embora
E com sem ele pareço um estranho bem aqui
Faz tanto tempo que sou menos que agora
E sem saber eu já tive mesmo de partir
Eu não sabia que as coisas também andam
E as pedras nunca ficam em seu lugar
São nossos olhos que às vezes se desandam
Num jeito louco que não dá pra consertar
Não adianta não quero mais as lentes
Que nada alcançam e à tudo só embaçam
Já se foram os dias e eram todos diferentes
E meus problemas em nada disfarçam
Já arranquei o relógio do meu pulso
Não há mais tempo que o tempo me permita
E me perdoem por tudo aquilo puro impulso
De uma vontade que já foi um dia aflita
Estou sereno estou sentado e tudo mais
O respirar acabou sendo a minha medida
Não há mais tempo nem há ondas nesse cais
Que cada um dia chama de sua vida...

Faz tanto tempo que meu tempo foi embora

E sem ele pareço um estranho vindo de lá
Faz tempo que o tempo foi embora
E mesmo indo embora ele insiste em ficar
Eu não sabia que as coisas também correm
E as pedras têm suas asas para voar
São nossos olhos que às vezes também morrem
De forma rápida que nem dá para salvar
Não adianta não quero mais as lentes
Que nada alcançam agora quebradas
Já se foram as horas e  horas indiferentes
Como são os choros pelas calçadas
Já arranqueis os anéis que tinha nos dedos
Não há mais nada que seja rico assim
E me perdoem por todos esses meus medos
Que me deixaram apenas triste assim
Estou sereno estou sentado e esperando
O respirar também vai acabar um dia
E enquanto isso eu vou apenas registrando
Não mais nada nem ao menos uma alegria
No doce ar que ainda vou respirando...

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