domingo, 24 de novembro de 2013

A Cidade das Nuvens


Esta cidade tem várias nuvens

E o garoto de programa explora sua sensualidade vulgar

Com reboleios previsíveis como houvesse sonho
Não não há mais só são figuras gravadas num tempo
Nem bom nem ruim depois que tudo passou!

São tantas e tantas mais


E a garota do anúncio erótico emudece os lábios

Num desafio novo de medição de forças
Não não tua beleza se expõe em algumas linhas
E teu triângulo-de-Vênus perdeu todo perigo

Há nuvens para todos os gostos


E os andarilhos e os bêbados e os loucos

Conhecem mais do que qualquer um
As nuvens de pó dessas ruas mortas e insanas
Em que lama e asfalto acabam se igualando

Há nuvens de vários e variados tipos


E o pó que se levanta fere olhos e mentes

E a água que cai escurece corações
Nada consegue fugir de seus projéteis
Porque céu e chão são agora cúmplices

Nem o sono pesado consegue trazer sossego


Falta luz ou tem até demais que até cegue

E frio e calor acabam sendo dois carrascos
Cada um se revezando em nefastos turnos
Aumentando a tristeza de quem não tem nada

Há nuvens por dentro e há nuvens por fora


E o quintal sem maiores enfeites vira magicamente

E independentemente de como serão os dias
E se haverão nuvens e nuvens ou não
Importa pouco ou quase nada mesmo
Porque ninguém eram apenas nuvens

Esta cidade tem várias nuvens

Esta cidade tem apenas nuvens...

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