sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Cada Ponto


Cada ponto contado
Cada trama
Cada amor encontrado
Na cama
Cada sonho jogado
Na lama
Cada esquema montado
E o drama
De ser só desprezado
Ninguém me ama
E ainda estar acordado
Na chama
Cada gesto
Feito incesto
Cada pecado mortal
É o que resta
É a festa
Fora do carnaval
É a lança
É a dança
Tudo quase normal
É a vida 
É a lida
É a ferida
Que me faz tanto mal
É o gole
Não é mole
Tentar ser direito
É a água
É a mágoa
Vindo de dentro do peito
É a saga
É a praga
Tu se rasga
Tu me paga
Qualquer dia
Eu só quero
Eu espero
Maldade com alegria
Seria bom
Seria o tom
Tal balanço na rede
É o verde 
É a sede
Nem precisa dizer
É dez hora
Não demora
Que eu preciso viver
Nessa terra
Nessa guerra
Sem muito o que fazer
Me socorra
Antes que morra
Também tenho caprichos
Solte os bichos
Estou lá no quintal
Menos mal
Mais um sal
Acabou meu temporal
É sem lei
Sei e não sei
Não quero mais essa bela
É novela
Acaba tudo tão bem
É a vinha
É a linha
Contudo mas porém
Eu não tou
Eu não sou
Eu nunca fui mais ninguém
Cada ponto contado
Nem te conto
Já está tudo tão terminado...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Carliniana XLIV (Tranças Imperceptíveis)

Quero deixar de trair a mim mesmo dentro desse calabouço de falsas ilusões Nada é mais absurdo do que se enganar com falsas e amenas soluçõe...