quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Grande Balada Para O Ainda Amor

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Ah! Foi tanto tempo aquele bom. Que em frases de efeito nem sei dizer. Era a vida e ao mesmo tempo não era. Era o som de um silêncio solene. Nossos mais escondidos segredos. E autógrafos para um público que não veio na nossa estréia. Onde estão? Aqui mesmo prontos para serem revelados ou não. Não insista. Os raios da bicicleta brilham ainda e são o sol. Daqui uns anos. Décadas. Séculos. Milênios talvez. Talvez alguém descubra como ainda é o meu amor. Meu amor pelos teus disparates. Meu desespero por tuas loucuras. E tudo mais que o eu-demônio pode guardar sempre e sempre. Não fale nada. Tua voz rouca dos gritos de ontem suficientes não serão. Eu inverto caminhos e faço curvas. Eu trago de dentro pra fora meus monstros mais sutis. Eles me ajudam a sobreviver como um pássaro sem céus. Os céus que te dei foram muitos e muitos ainda quero te dar sem os ter. Eu sou aquele. O único que teve mãos sinceras cheias de afagos e carinhos mais desesperados que a tua embriaguez. Não se mova. Seja a pintura bárbara que fala somente quando se cala. O movimento está presente por todos os lados. E o repouso não escapa disso. Eu te vi dormindo apenas uma vez e foi tão lindo. Dormias um sono de choro como qualquer mortal. Mas eu quase o velei. E me arrependo de não ter feito. Assim é o meu demônio em suas artimanhas. Que a presa fuja e caia enfim no precipício. Tuas feridas já fecharam? Aquela do joelho ainda dói? Porque há feridas e feridas. E as que tive por sua causa ainda estão abertas como quando foram. Mas eu me deleito com isso. Não há amor sem dor. O amor dói quando nasce e se morrer um dia doerá mais ainda. Me deixe responder todas tuas perguntas. Porque meu corpo falha agora como sempre. Mas a mente me tortura também como sempre foi. Eram visões as que eu tinha. É bem verdade. E eu contente nesse paradigma de coisas boas e ruins. As coisas boas envergonhavam-se ou jogavam bola na praça. As ruins aplaudiam e faziam coro. Inseparáveis como desde a fundação dos tempos. Espere só mais um pouco. O sangue ainda avermelha meus olhos de vampiro e a noite me acompanha por todo o tempo. Nem de dia tenho o sossego imerecido dos predadores. Há quem te diga que eu não presto e nisso consiste seu acerto mais idiota. Eu nunca te disse que prestava ou que fazia contas de mim mesmo. Eu era e ainda sou a fera que não te morde e se te ameaço é com a minha ternura. Não pense duas vezes e venha ao meu encontro. Tudo que podia ainda posso. Talvez menos viver. Não esqueça de mim. Como os homens não esquecem de grandes tragédias. Ou como as mulheres seus pequenos amores...

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