quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Todo Tempo

 

Todo tempo, tempo nenhum...

Vamos correr apressados

Para algum ponto de nós mesmos

Antes que os espelhos nos devorem

E as sobras sejam jogadas fora...


Todo tempo, tempo nenhum...

Uma sobra do ourives sumiu

E para nosso mais calmo desespero

A culpa sempre será a nossa

E de mais ninguém por isso...


Todo tempo, tempo nenhum...

Uma canção já é o bastante

Para a voz que há nesta garganta

Assim como todos os rios

Possuem uma mesma água só...


Todo tempo, tempo nenhum...

Um vento apenas e suas notícias

Algumas boas e outras nem tanto

Ele é como fosse um carteiro

E traz o que lhe mandaram trazer...


Todo tempo, tempo nenhum...

Um tempo, tempo nenhum...


(Extraído do livro "O Espelho de Narciso" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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