sábado, 6 de dezembro de 2025

Carliniana CXXIII ( Teoria Geral dos Beijos )

Tudo semelhante diferente sempre é...

Por tal fato joguemos milho aos pombos

Numa despreocupação mais preocupante 

Como quem tem que contar as gotas do mar

Antes que todas as estrelas sejam desligadas...

Todo silêncio acaba mais gritando...

Lá vem nossa maior convicção sem ter fé

Com vários nomes que acabamos esquecendo

Enquanto o tempo vai rasgando nossas roupas

E as nossas cicatrizes agora são mais comuns...

Nosso tesão acabou indo embora...

A casa grande e a senzala estão carcomidas

Enquanto senhores e escravizados repousam 

Engolidos pela mãe que um dia pariu todos

E que não dá declarações nos vãs noticiários...

Bondade e maldade são feijão e arroz...

Sem palhaços não existem tais folias de reis

Aquela inocência restante não será preservada

A nudez desconhece todos os existentes castigos

E os ventos agora estão fracos demais para algo...

Eu morri anteontem e só hoje me dei conta...

Minha memória é uma pedra perdida pelas ruas

Estou quase me mudando e indo morar em nuvens

Nenhuma poesia é o suficiente para a minha fome

Eu sou o estranho que estranha a estranheza...

Cuspo no chão molhado tentando imitar lágrimas

Deveria ter beijado todas as bocas ao meu alcance

Mesmo que isso tivesse cheiro de heresia e profanação

Afinal de contas nem todos os pecados são crimes...

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