Desejos disfarçados com qualquer lógica,
Lógica barata inserida em qualquer frase,
Frase aplaudida sem possuir motivo algum,
Motivo pra temer a morte que é inevitável,
Inevitável coisa mais do que sempre natural,
Natural e histérica como multidão qualquer...
Qualquer invenção sobretudo a mais que barata,
Barata que é destruída com esse nosso tempo,
Tempo que nos traz apenas feias rugas de presente,
Presente invertido de troianos destruindo gregos,
Churrascos gregos vendidos em quaisquer esquinas,
Esquinas em que nos espera com a mesma violência...
Violência que nos espera com carnavalesca fantasia,
Fantasia de que nossa vitória inexistente será certa,
Certa ciranda que vai nos deixar mais que tontos,
Tontos com a droga que nós não sabemos se usamos,
Só usamos na mais precisa e desastrosa embriaguez
Embriaguez de tudo aquilo que há de forma inútil...
Inútil é todo aquele que só sabe viver junto ao medo,
O medo é apenas o que há de mais certo e inevitável,
Inevitável como nossas fiéis e traiçoeiras necessidades,
Necessidades construídas pela areia de qualquer ilusão,
Ilusão que não percebe que um dia tudo passará,
Passará como se fosse apenas mais aquele vento...
O vento estranho como qualquer macabro calafrio,
Calafrio que gera apenas os gritos mais que inúteis,
Inúteis é aquilo que também somos, apenas pacientes,
De um grande hospício que deve ser chamado de mundo,
Mundo feito apenas dos mais meros e paranoicos desejos,
Desejos disfarçados com qualquer inexistente lógica...
(Extraído do livro "Pane Na Casa das Máquinas" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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