Em Gardênia Azul não há mais gardênias...
O cara famoso viraliza na net falando merda
E mesmo assim ganha milhões de sinceros likes
Ainda que isso não seja nada inteligente...
Não quero mais falar sobre violeta alguma...
Estamos numa era com clowns sem circo algum
Em que para sermos notados ganhamos quedas
E rir sem propósito será mais do que suficiente...
A rosa enrubesceu mesmo quando era ainda botão...
Quero comprar qualquer máquina com defeito
E desperdiçarei meu tempo com certas idiotices
Até que o final chegue e faça mais um festejo...
A margarida só sabe agora amargar nossa vida...
Agora temos os doces mais salgados do mercado
Roupas compridas que mostrem mais nossa nudez
E o sexo mais discutido em todos programas de TV...
Que o manacá possa vir logo embora depressa pra cá...
Tal a poesia que vale mais que um salgado na esquina
Mas mesmo assim todo mundo prefere a continuação
De vida mais insossa em que viver e morrer é tudo...
A vitória-régia acabou perdendo de qualquer jeito...
Um exército de mosquitos vem distribuir a tal insônia
O que mesmo assim é melhor que um tiroteio pela noite
E até trios-elétricos em que acabou de vez a bateria...
Lá na rua da Paz sempre existiu alguma guerra insana...
Não quero mais me lembrar de alguns certos detalhes
Mas forçosamente ainda continuo com certa memória
Até que o maior peso dos dias acabe me levando também...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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