Flocos de neve tornando-se sorvete de flocos
Desejos antigos que não poderão ser saciados...
De vez em quando dispenso a rima
Como é dispensada
Uma casca de ferida que já secou...
A modernidade com seu ar contumaz e vintage
Os dedos doem de tanto que nós teclamos...
Quase que nunca me atiro ao mar
Pela circunstância
Desta minha cela sem ter uma porta...
Faz tempo que tenho medo de certas perguntas
Assim como a alta velocidade de toda lentidão...
Tem uma feira quase livre no meu bairro
Prova mais do que cabal
Que o mundo é um moinho que quebrou...
Umas guerras particulares ocorrem todos os dias
Com projéteis mais invisíveis mas que são letais...
Sou um saltimbanco sem ter algum atrapalho
Pelo mais simples dos fatos
De que quando isso aconteceu estava dormindo...
Faço uma homenagem para todos os fracassos
Que usaram o seu disfarce de singela vitória...
Minha natureza é o maior desses meus castigos
Assim como os meus vícios
Mesmo se estiverem carregados de pura inocence...
Toda palavra é mais uma cópia de uma rotina
Que morreu antes mesmo de ter nascido...

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