Triste piada para todos poderem chorar.
Dias de mormaço queimando no escuro.
Versos bons que se atrasaram demais...
Tentar comer os frutos de uma terra estéril.
Fomos os últimos a chegar nesta vã festa.
A sorte está lançada desde outros tempos.
Tento me esconder mas nunca vou conseguir...
Quem não quer que não queira - simples assim.
Não escondo o ás na manga me faltou a manga.
Não fico mais de joelhos porque nem tenho mais...
Falo coisas tão absurdas com extrema calma.
Não sei o que é o amor porque não o conheço.
Envelheci mil anos em menos de que um dia.
Toda maldade depende apenas de circunstância...
Meus Demônios me beijam com extremo carinho.
E meus pesadelos desculpam-se pela falta de jeito.
A fumaça do cigarro é bem mais pesada que eu...
Não sabemos se há continuação ou sequer volta.
Os meus mortos permanecem em seus lugares.
A minha insensibilidade atinge todas notas e cores.
Sob essa pintura há enigmas cheios de mistério...
Caí do cavalo sem estar montado em cavalo algum.
Seria demais pedir alguma tábua evitando me afogar?
A bomba caiu sobre o bunker mas não aconteceu nada...
(Extraído do livro "Farol de Nulidades" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:
Postar um comentário