Sem lona,
Sem picadeiro,
Sem plateia...
A existência - um grande circo
Em que todos se confundem
Na roda interminável dos dias...
Sem mágico,
Sem domador,
Sem palhaço...
O mundo - uma grande injustiça
Onde todos somos vítimas
E a morte vem buscar todos...
Sem bailarina,
Sem trapezista,
Sem mágico...
A rua - o maior de todos os desafios
Onde qualquer surpresa nos espera
Seja ela a melhor ou a pior de todas...
Sem banda,
Sem alegria,
Sem apresentador...
O silêncio - mesmo se feito de muitos gritos
Guarda histórias e segredos inconfessáveis
Para um futuro que não mais existirá...
Sem leão,
Sem elefante,
Sem macacos...
Nossa nudez - acabou de vez o espetáculo
E apenas existirá o silêncio da expectativa
Se haverá ou não mais um espetáculo...
Sem lona,
Sem picadeiro,
Sem plateia...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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