O velho (novo) PC no canto da sala.
Cortinas quase coloridas imóveis.
A minha teimosia é um rato num labirinto.
Rogo pragas como quem masca chicles.
Seu sabor já foi faz tempo e só sobrou o amargo.
Sonho às vezes com velas e andanças.
Em palavras de desespero minha marca registrada.
O sono é o maior de todos os meus inimigos.
Eu não consegui ver a luz do farol na tempestade.
Talvez um copo de cerveja ou talvez quase não.
As legiões não cantam mais canções de guerra.
A maldade agora apenas gosta de apertar botões.
Existem tantos sorrisos atrás de cada óculos.
Os cinemas agora estão mais totalmente vazios.
Escondido sob a cama eu lia Carlos Zéfiro.
Debaixo das cobertas eu fazia meus castelos.
Vão-se os dedos e ficam os anéis de Saturno.
Ainda posso decidir quais maiúsculas e minúsculas.
Roubar cocos ainda continua sendo uma arte.
Nos fins-de-semana piqueniques nos escritórios.
A dança da chuva se atrasou e já está chegando.
Bebo e não négo e pararei logo que puder.
Eu só passo mal em um dia sim e no outro também.
Outro dia irei na feira do bairro comprar robôs.
Para cada castigo todo corno é muito pouco.
Meu amor agora não vale nem dez centavos.
Todo começo é o fim que não foi esperado.
Cada um se perde com aquilo que quer.
Interminável um dia foi todo esse meu desejo.
Agora brevidades não são só comestíveis.
Dropes de anis agora para todos os elefantes.
A lei da gravidade é a mais cumprida de todas.
Até o amarelo acabou amarelando de susto.
Todos vamos brincando de pique com a morte.
Estamos todos em silêncio até gritando...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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