E o poeta morre...
Quando a palavra falha
Quando corre da batalha
Quando beija o fio da navalha...
Sei que morrer também é ofício
Mas então voemos do precipício...
E o poeta morre...
Quando dá a cara à tapa
Quando da paixão não escapa
Quando se esconde sob a capa...
Sei que viver também é sacrifício
Como um improviso num comício...
E o poeta morre...
Quando se afoga no rio
Quando se enche de vazio
Quando grita sem dar um pio...
Sei que morrer é só um orifício
E que não teimar é um desperdício...
E o poeta morre...
E ninguém mais o socorre...
(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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