sexta-feira, 20 de setembro de 2024

E O Poeta Morre...

E o poeta morre...

Quando a palavra falha

Quando corre da batalha

Quando beija o fio da navalha...


Sei que morrer também é ofício

Mas então voemos do precipício...


E o poeta morre...

Quando dá a cara à tapa

Quando da paixão não escapa

Quando se esconde sob a capa...


Sei que viver também é sacrifício

Como um improviso num comício...


E o poeta morre...

Quando se afoga no rio

Quando se enche de vazio

Quando grita sem dar um pio...


Sei que morrer é só um orifício

E que não teimar é um desperdício...


E o poeta morre...

E ninguém mais o socorre...


(Extraído do livro "Escola de Mortos" de autoria de Carlinhos de Almeida).

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