quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 298

Busco meu coração de volta

Como quem perdeu o que não perdeu

Faço questão de mais nada

Como quem pisa em pedaços de vidro

Percorro todas as ruas do país

Igual quem é dono de todo tempo

A luz agora só pode incomodar

Aos insetos então em torno da lâmpada

Bato palmas nos portões das casas:

Alguém viu um coração por aí?


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Não se importo com esse som

Com o barulho dos meus pés na lama do tempo

Foi sem querer todos os pecados que cometi

Não espere mais de um cão que só ladra

Só morrerei na hora certa do incerto

Cigarros acesos são apenas um risco

Mas o maior de todos existentes é amar...


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Eu queria, eu juro que queria

Chamar tua nudez de outro nome

Cobri-la de uma vez com nuvens

Ou seria melhor com água límpida

De algum riacho por aí?

Com algum cristal mais brilhante

Que consiga roubar do sol?

Eu queria, juro que queria

Chamar tua nudez de outro nome

Posso chamá-la de fascínio?


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Um. Dois, Três.

Cada passo bem contado

Como formiguinhas em marcha.

Na verdade, é o que somos.

As estações se sucedem

Sem pena alguma de nós.

Todas as fábulas mentem...


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As gaiolas estão abertas.

Elas nunca tiveram portas.

Os pássaros podem voar.

Mas o medo os limita.

Todos têm medo dos céus.

Esses somos nós, sempre...


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Todas as fomes são iguais

A fisiologia tem lá seus caprichos

Mesmo em suas curvas

Os rios vão para o mesmo lugar

Águas brincam subindo e descendo

Enquanto ricos e miseráveis

Acabam parando de respirar...


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Desculpem poetas:

Meus carnavais não possuem

Fantasias bonitas e bem enfeitadas.

Meus amores são tão trágicos

Quanto um tango argentino.

Minha mente imagina

Mas acaba duvidando de tudo.

Eu não bardo algum de canções

Que possuem a habilidade dos gênios:

Eu sou apenas um triste

Que só possui palavras...

 

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