segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 290

Não esperemos mais nada

O que temos já nos basta

Meia dúzia de sonhos no bolso

Alguma esperança que sobrou

Um resto de carnaval teimoso

Mais um dia se acontecer

E um raio de sol que escapou

Do meio das nuvens...


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Quase chorei no Pérola do Tejo ao vir o meu pedido. Eu te olhava rio feito mar enquanto me lembrava do que estava tão longe. Hoje não adianta mais, o que sinto falta, assim será eternamente. Ou quem sabe um dia possa rever mamãe. A cena quase se apagou das minhas retinas, mas no coração, esse nunca apaga o que foi desenhado. Que o tempo anote aí, eis aqui aquele poeta bobo que quase chorou sentado numa mesa do Pérola do Tejo...


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Poe favor, devolva-me! Aquelas cartas que não escrevi, não escrevi porque poderiam provocar teu riso, um triste não poderia te amar... Aquele primeiro beijo, o que dei em outra pessoa, eu não mereceria dar em tua boca, espaço infinito de beleza... Aquele romance que teríamos eternamente, mesmo que durasse algum tempo frágil, eu poderia pelo menos levá-lo comigo enquanto o universo existisse... Por favor, devolva-me!...


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Fogueiras feitas dos jornais dos adultos, gravetos que catamos pelos quintais, fósforos que pegamos lá na cozinha, pedaços de vela achados numa gaveta qualquer, era assim... Noites frias que não importavam tanto como nossa brincadeira... A fumaça que subia para a noite escura pouco nos importava. O que éramos? Apenas meninos, primos que brincavam em volta da pequena fogueira enquanto o resto da família assistia a velha TV lá na sala. Hoje os velhos somos nós...


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Ping. Ping. Ping. Eu até achava engraçado as goteiras na velha casa onde passei minha infância. Também gostava quando faltava luz nas noites frias de quando era menino. Íamos dormir os três, eu, papai e mamãe na mesma antiga cama patente, eu bem no meio dos dois. Eu corria com medo do bacurau que cantava, isso quando do lado de fora enxugava a louça que minha mãe lavava e eu também ia levar para dentro de casa. Eu era o último a entrar, estava sozinho. Tudo passou. Ping. Ping. Ping. Hoje já não gosto mais de goteiras, elas me incomodam...


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Trago um pedaço de ternura que sobrou aqui no bolso. Com ela consigo ainda sorrir para alguma criança que encontrar na rua. Para dar bom-dia para algum velho como eu que também encontre. O para fazer festinha para algum vira-latas que seja amistoso. Quem sabe a use para agradecer o sol que esquentou hoje? Ou para algum passarinho que tentou ajudar a alegrar meu dia? Que pena! Amor mais algum não tenho, não posso oferecê-lo, vai ter que continuar guardado...


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Tenho cá minhas dúvidas sobre o que é a felicidade? Ela existe ou não existe? Será que confundimos e somente a alegria está entre nós? Momentos felizes são pedaços dela? Não sei, talvez só as crianças e os bichos tenham a resposta...

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