terça-feira, 3 de setembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 292

Quando vi era tarde demais

Evitar quase impossível

Feito um temporal destes

Que chegam sem convite...

O relógio está quebrado...

O espelho caiu no chão...

E agora tenho a idade das pedras

Até que termine meu último poema

Escrito em frases numa só...


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Não quero falar de tristeza

Ela enjoa-me qual uma comida

Que comemos repetidamente...

Não quero me aproximar da paixão

Paixões são espinhos malvados

Que ferem mesmo não estando perto...

Não quero ser refém da solidão

Aprendi a fazer de quatro paredes

Um refúgio para esse seu ataque...

Quero falar da alegria, só dela...


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Vi escrito numa árvore:

Te amarei para todo o sempre!

Quem teve a coragem 

De ferir um ser com tal mentira?


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Não há mais barcos para esse mar

As ondas agora estão cansadas

E os ventos desistiram de seu afã

A voz das sereias se emudeceu

E todos os segredos foram descobertos

Só restou-me então a areia

Onde faço meus castelos de engano...


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Paixões são serial-killers

Matam-nos sem piedade alguma

Sonhos são apenas quimeras

Que possuem apetite de nos devorar

E a vida? Essa é apenas um prelúdio

Da morte que nunca falhou até hoje...


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Quer poesia?

Enlouqueça todos os dias

Sem falhar nenhum...

Quer poesia?

Colha as palavras 

Como quem colhe flores...

Quer poesia?

Voe o mais alto que puder

Mesmo sem ter asas...


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Quando nascemos - choramos

E a vida nos obrigou a repetir

Tal coisa até tornar um hábito...

Atravessemos todos os temporais

De forma que quando a morte 

Vier finalmente nos buscar

Não sejamos nós quem chora...

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