sábado, 14 de setembro de 2024

Tico Butico

 

É pico no pico né?

Né não Zezé.

Hoje tem arroz.

E depois? 

Amanhã tem não!

Viu, mandrião?

Minha conta tá contada.

Zeros fora? Nada.

Ficou rico?

Vai beber no penico!

Ficou legal?

Vai cagar no quintal!

Ficou maneiro?

Vai morar no chiqueiro!

Gabunda cega!

O Diabo que te carrega.

Até tua mãe te nega.

Desgraçada sem prega.

Tá beleza?

Vai deitar na mesa.

Tá leitão?

Assim é que é bão!

Bão de tacho e bão de rima.

Explode ou sai de cima.

Bebeco mora no beco?

Não me deixa seco!

Faça logo um sanduíche

E capriche.

Caprichado e zarolho.

Te dou um porrolho!

Morreu dona Zozó! 

Hoje tem cachaça em pó?

É cacuruco no boteco,

Meu estômago faz eco!

E Dedeia tá tão feia.

Tá comendo até areia?

Hoje tou tão esquisito.

Tou rezando até mosquito!

Galinha boa, galinha choca

Não me faça mais fofoca!

Agora cada crocodilo

Só pesa um quilo.

Meio quilo não!

Juro pelo teu irmão.

Gramuchima de peitão.

Lanterninha de cinema.

Já não tem mais nem poema!

Cadê o seu Pitumba?

Foi ali dançar a rumba.

Cadê meu bode caramelo?

Foi ali calçar chinelo.

O passarinho tá cantando.

Eu tou aqui esperando?

É pico no pico né?

Né não Zezé.


(Extraído do livro "Maluqueci de Vez" de autoria de Carlinhos de Almeida).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

E O Poeta Morre...

E o poeta morre... Quando a palavra falha Quando corre da batalha Quando beija o fio da navalha... Sei que morrer também é ofício Mas então ...