Todas as sextas são sábados
E pecados de família são eternos
Debaixo do angu estão as carnes
E até os esqueletos usam ternos...
Olha o baião de um!
Quem não tem nada e nenhum...
A pichação lambendo a parede
Só comemos em pratos de terracota
Eu não estudei pra prova de fogo
Mas os meus berros ninguém nota...
Olha o baião de dois!
No paraíso tem feijão com arroz...
Bonita é essa tua cara lambida
Que na foto triste e tão debochada
Em sonhos vejo águas que não têm
Pesadelos chegou a vez da escada...
Olha o baião de três!
Pago agora só pago final do mês...
Acabou de morrer a rosa do povo
Os tolos sempre serão os primeiros
Nem sei mais aquilo que faço
Meu preço agora é trinta dinheiros...
Olha o baião de quatro!
A vida nunca será um teatro...
Agora a moda é quem manda
Não há explicação para o explicado
Queremos só o que não queremos
O gato só tem medo do telhado...
Olha o baião de cinco!
Não tem mais barracão de zinco...
Cada um que dance apenas sozinho
Mesmo que seja no meio da multidão
A alegria não precisa de motivos
Assim como não precisa a compaixão...
Olha o baião de seis!
Já estou cansado volto ao um outra vez...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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