sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 299


Geralmente geral. Política do bom rebanho gordo. Excentricidades bem aceita. Um festival de calorosos acenos. A maldade (sobretudo ela) usa máscaras inocentes. Água envenenada e límpida. Manhãs calmas herdeiras de uma madrugada sangrenta. Sem testemunhas para seus ardis. Crimes para serem esquecidos. Nada imoral. Tudo amoral. Teorias e teoremas brincando de roda. Camuflagens baratas e quase eficientes. A pedra atingiu em cheio o vidro da janela...


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Ajeitem suas toalhas, acendam suas velas. Um dia já é suficiente para a morte, mas de um, nem me fale. A maçã de Eva tinha agrotóxico, A impressora estava acanhada demais. Vai aí um pedaço? Quanto mais desastres, melhor. Tudo acaba em bundalelê, isso sim. Toda boa intenção é aparecer, todo talento é tentativa de fama. Ninguém encena peça para plateia vazia, ninguém grita no deserto. Queremos mais uma dose de cana, caprichada, isso sim. Mandem o moleque trazer seus doces rápido. Guardem suas toalhas, apaguem suas velas.


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Até a memória mofa, mofa sim. Toda importância é desproporcional ao tempo da espera. A paixão e amor revezam seus papéis. Duas meia dúzias tornaram-se parceiras e viraram uma dúzia. Os tolos estão viciados nela. Migalhas alegram os pombos, mas os miseráveis também. Os gatos cagam nos jardins, sua normalidade assim permite. Meia-noite estaremos nas encruzilhadas. Meio-dia é hora do cochilo após o almoço. Sabe como é, baby? Eu tento conservar a minha fama de mau aluno, mesmo não sendo. Faço façanhas fatídicas, gosto de passear no Himalaia comendo torradas com geleia. Um dia sambarei com os esqueletos. Até a memória mofa, mofa sim...


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Cometi todos os pecados, cometi sim. Mas nenhum crime, isso não. Cometi o pecado de pensar, esse cometi. Querendo saber a razão de que os tolos dizem possuir. Cometi o pecado de me alegrar com coisas simples, esse cometi. Reverenciei as simplicidades de flores sem nome, de jardins sem cuidado. De admirar nuvens que logo cairão sobre a terra. Cometi o pecado de não querer ser apenas mais um. Olho no espelho todas as manhãs sem medo de cada ruga nova que fatalmente aparece. Aceito minha loucura, não como minha inimiga, mas como minha aliada para poder atravessar a tempestade que chamamos vida. Cometi todos os pecados, cometi sim. Mas nenhum crime, isso não!


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Tudo não passa de nomes. Palavras, isso sim. Algumas gravadas, outras faladas, outras fadadas ao eterno silêncio. Os mesmos átomos de bilhões de anos, estes permanecem. Até quando? Não sabemos. Transformados sim, mas presentes. O resto? O resto talvez alguém preserve para nós numa velha lápide ou num site que ainda permanece on,,,


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Minhas mãos falam mais que minha boca. Meus pés conhecem mais do que minha mente. Meu coração é mais eterno do que minha alma. Eu sou uma mistura malfeita de várias eternidades passageiras. Cada ruga em meu rosto testemunha minha sobrevivência. Cada mancha nova no espelho um desafio inesperado. Cada inseto na parede um novo herói de uma epopeia. E se ele voa em volta da lâmpada é mais um guerreiro que nada teme...


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Numa velha gaveta guardei desejos e segredos, guardei perigos, guardei sonhos que só permanecerão para dor minha em não realizá-los. É uma gaveta comum, mais para pequena do que para média ou grande, mas lá tudo cabe. De vez em quando me atrevo, abro-a e acabo me deleitando com cada insatisfação que tive, assim como quem tem pesadelos, mas mesmo assim, não quer acordar...


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Estado natural de coisas, até que alguém inverta subvertendo a lógica e tudo bem. Vamos acender logo essa fogueira, eu quero dançar dentro dela! De preferência acesa no fundo do mar... Vamos dar um passeio bem legal entre as nuvens? Trouxe para você um par de asas de reserva... Quero fazer um discurso em meio ao temporal! De preferência de madrugada, de madrugada... Andemos totalmente nus daqui até a próxima praça! Ninguém vai ver, somos invisíveis... Estado natural das coisas, sonhar e delirar, sempre...

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