quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 295

Na noite escondo-me que nem covarde pois a escuridão não foi feita para os corajosos, apesar de todos os seus riscos. Na noite procuro meus sonhos, sonhos estes parecidos com pesadelos que acabei nem percebendo. Na noite sou gato, sou rato ou pássaro qualquer que voa sem ver nuvem alguma em céus com luar ou não. Os dias sim, estes são tão malvados...


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Me viciei em reticências, me viciei sim. Elas são abrigos, são caminhos mais seguros. Escrevo reticências sim, muitas delas, como quem não desistiu de lutar por sonhos quase impossíveis. Acredito numa continuação, mesmo quando a dúvida consome a cabeça. Quando não sei no que acredito ou não acredito. Elas são como as máscaras que usamos para nos defender da maldade que não é a nossa. Me viciei em reticências, me viciei sim...


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Onde estarão vocês? Todos esses rostos que vi com nitidez num dia tão distante. O tom de voz que acabei guardando feito cicatriz em minha pobre pele. Mesmo com toda essa distância, não os esqueci. Mesmo quando alguma detalhe de menos importância acaba fugindo de minha pobre mente. Espero que esteja bem, que tenham vivido aquilo que queriam, que tenham algum sonho realizado. Onde estarão vocês?...


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Basta um pouco de alegria, só um pouco, para que a velha máquina continue funcionando. Basta um pouco de coragem, só um pouco, para que a boca não se cale diante a maldade que manda no mundo. Basta um pouco de loucura, só um pouco, para que meu canto permaneça pelo ar por toda eternidade sem fim. Basta um pouco de malícia, só um pouco, para que eu não deixe de pensar nos beijos que eu não te dei e tanto queria. Basta um pouco de verdade, só um pouco, para que esses castelos feios desabem de uma vez como o que foi prometido. Basta um pouco de alegria, só um pouco...


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 Ventos calados ou não, mas disfarçados pelo manto das noites que sejam as mais escuras. Tempos em que o silêncio cala muitas vozes de uma humanidade quase sempre cansada. Eu ainda estou por aqui, cansado e teimoso como sempre. O que faço agora? Também procuro algumas palavras para poder eternizar de um jeito qualquer...


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E os malvados chegaram em bando. Com suas caras cínicas de quem são bons, mas nunca foram. Com suas propostas nefastas para enganar todos, mas não conseguiram. Com suas armas apontadas para todos inocentes, mas acabaram errando. Com seus discursos de falsos moralistas, mas isso também não deu certo. Com sua poesia vã e sem graça, mas a plateia acabou vaiando. Eles eram teimosos, muito teimosos e já insistiam desde muito tempo. Até que a morte foi pegando de um em um, assim como faz com todos. E os malvados foram embora em bando...


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Nunca mais seremos o que fomos. Cada segundo é uma eternidade que faz tanta diferença. Somos como rios. A água que passa não será nunca mais a mesma. Os passos já foram dados assim como as palavras já foram ditas. Todas as variações acompanham todos os temas. Os meninos são esperados pelos velhos e as desesperanças acabam uma hora chegando...

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