Naturalmente não sei mais nada
Conto as moedas que não tive
Apenas com esse meu desespero
Recorto todas as recordações
Com a tesoura cega do tempo
Sem esperar surpresa nenhuma...
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Queria eu estar numa caverna
Escondido de toda essa maldade
Perdida estaria a noção de tempo
E o resultado do jogo não importasse
Queria eu perder todo o controle
E risse até que chegasse o cansaço
Um certo cansaço bem menos pior
Do que o de correr atrás de sonhos...
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Com todo cuidado possível
Dobrei um velho papel amarelado
E o transformei - num pequeno barco
Escolhi o riacho que fosse calmo
E nele coloquei minhas esperanças
Mas veio um vento forte - ele afundou...
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Não sei onde estás nesse momento
(Quando muito, apenas imagino)
Manhãs de domingos mais miseráveis
(Eu falo aquilo que quero!)
Ou ainda nem dormiu de sábado
(Estarás bêbada, drogada ou ambas)
Ou dormirás outro sono medíocre
(Na mediocridade que escolheste...)
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Eu pego o medo com as mãos
Como quem pega um pequenino inseto
Entre meus dedos ele tenta fugir
Mas em minha inocente maldade
Eu acabo não deixando que consiga
Não terá tempo de bater suas asas
Eu não quero matá-lo quero brincar
Que depois ele então vá embora
E me deixe por aqui - pior que o medo...
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Eu sou pior que o pior do pior
Mastigo as palavras e cuspo-as
Só pararei quando na minha lápide
Alguém um dia assim escrever:
"Ele estava aqui, agora não está mais"...
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A primeira foi por raiva
A segunda nem lembro (O tempo apagou...)
Depois chegou feito um vício
E muitas se perderam pelos caminhos...
As últimas são de puro desespero
Como um palhaço que ninguém ri...
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