domingo, 15 de setembro de 2024

Alguns Poemetos Sem Nome N° 296

Naturalmente não sei mais nada

Conto as moedas que não tive

Apenas com esse meu desespero

Recorto todas as recordações

Com a tesoura cega do tempo

Sem esperar surpresa nenhuma...


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Queria eu estar numa caverna

Escondido de toda essa maldade

Perdida estaria a noção de tempo

E o resultado do jogo não importasse

Queria eu perder todo o controle

E risse até que chegasse o cansaço

Um certo cansaço bem menos pior

Do que o de correr atrás de sonhos...


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Com todo cuidado possível

Dobrei um velho papel amarelado

E o transformei - num pequeno barco

Escolhi o riacho que fosse calmo

E nele coloquei minhas esperanças

Mas veio um vento forte - ele afundou...


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Não sei onde estás nesse momento

(Quando muito, apenas imagino)

Manhãs de domingos mais miseráveis

(Eu falo aquilo que quero!)

Ou ainda nem dormiu de sábado

(Estarás bêbada, drogada ou ambas)

Ou dormirás outro sono medíocre

(Na mediocridade que escolheste...)


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Eu pego o medo com as mãos

Como quem pega um pequenino inseto

Entre meus dedos ele tenta fugir

Mas em minha inocente maldade

Eu acabo não deixando que consiga

Não terá tempo de bater suas asas

Eu não quero matá-lo quero brincar

Que depois ele então vá embora

E me deixe por aqui - pior que o medo...


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Eu sou pior que o pior do pior

Mastigo as palavras e cuspo-as

Só pararei quando na minha lápide

Alguém um dia assim escrever:

"Ele estava aqui, agora não está mais"...


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A primeira foi por raiva 

A segunda nem lembro (O tempo apagou...)

Depois chegou feito um vício

E muitas se perderam pelos caminhos...

As últimas são de puro desespero

Como um palhaço que ninguém ri...

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