terça-feira, 5 de maio de 2020

Sinceramente

Imagem e foto de Menino (avaliação gratuita) | Bigstock
Sinceramente, 
eu tenho algo para dizer:
Não esperem de mim palavras bonitas,
ideias geniais e nem frases de efeito,
esta não é minha poesia...
A minha poesia 
(se pode ser chamada assim...)
é outra, uma outra...
São palavras que quase saíram
e acabaram caindo
e nesse percurso da boca ao chão
perderam ou ganharam certo encanto,
nem eu mesmo sei...
Não esperem risos bonitos
que nem pinturas de famosos artistas,
os meus versos são apenas riscos,
rabiscos que ficarão por sujas paredes
e um dia (certamente)
o tempo haverá de consumir
e que os poucos que leram
acabarão por esquecer...
Não tem importância,
isso pouco importa agora e sempre.
O que me importa verdadeiramente
é que um dia ela foi feita,
foi um grito que chamou atenção
de pelo menos um - eu mesmo...
Sinceramente,
não sei se a imortalidade existe,
os meus 100% estão abaixo disso,
mas gosto de brincar com a dúvida,
relembro algumas coisas que gostei
e outras nem tanto
e isso já me é o bastante...
Sou o senhor de meus caminhos
e isso até me apraz
no meio de tanta insatisfação...
Onde cheguei? Por onde passei?
As respostas acabam fazendo
que certos encantos sucumbam...
Não me procurem na lista 
onde estão os grandes poetas,
por certo não estarei lá,
eu não sei cantar muito bem a alegria,
essa grande estranha
que geralmente conhecemos 
apenas de vista e muito mal...
Eu falo sim da tristeza
(Por que não?)
porque ela nos visita pelos dias...
Falo sim da dor,
perseguidora constante e impulsiva
que acaba gastando nosso tempo...
Vida e morte verdadeiramente importam
quando se aproximam 
ou ainda se distanciam de nós...
Meus poemas são para os abandonados,
Sinceramente...

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