Vês aquele menino de cabelo penteado
para o lado com um topete,
com seus óculos desajeitados
em frente aos olhos agora não mais azuis?
Esse sou eu...
Repara no seu terninho de linho
com um ar indefinido e tão bonito,
seu lencinho arrumado no bolso
e suas botinhas com meias listradas...
Esse ainda sou eu...
Nota na expressão meia triste dele,
ele vê um mar sem tamanho
e sonha com grandes passeios
na roda-gigante vendo as luzes noturnas...
E continua sendo eu...
É ele que espreita em velhos corredores
a menina tão bonita de tranças
e aparelho nos dentes séria ou sorrindo
que desapareceu mas ainda permanece...
Será eu sempre...
De repente, ele se transformou,
é agora o poeta sujo e bêbado
que anda por ruas estreitas e escuras
mas a procura continua a mesma...
Eu ainda sou...
Ele ainda procura os sonhos perdidos,
aqueles que foram embora,
a felicidade que não conheceu,
mas que ainda espera...
Pois é, sou eu ainda...
Chama-me de qualquer nome,
em qualquer lugar onde estejas,
eu atenderei prontamente,
pois sou o Mestre das Nuvens...
Esse sou eu...
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