quarta-feira, 20 de maio de 2020

Desculpe O Incômodo

Menino Assustado Fotos do acervo - FreeImages.com
Desculpe o incômodo, se lhe atrapalhei,
se quis me mostrar o tal, mas nunca fui,
é do ser humano se mostrar mais do que é,
Desculpe, desculpe mesmo, de coração...
Desculpe se não aprendi as lições 
que você sempre quis me ensinar,
de ser bem mais um pouco paciente,
porque tudo tem sua hora certa de chegar...
É que eu sempre vivi cheio de medo
e qualquer sombra era motivo de susto,
mas eu desconheci que andei tranquilo
na beira de muitos abismos e nem notei...
Desculpe, se não fui um bom amigo,
se me enganei com muitas coisas fúteis,
quis o que não prestava e o bom joguei fora
como diziam: me enganei com a cor da chita...
Desculpe, eu acabei exagerando no café,
não devia ter nunca nem fumado, 
mas existem outras nuvens piores,
a inveja e a ingratidão podem dizer...
Desculpe se não cheguei na hora certa,
desculpe se eu falei demais ou de menos,
desculpe se eu votei num cara errado,
se eu olhei pra outro lado disfarçando...
Desculpe se fui atrevido, se fingi tesão,
desculpe se fui grosseiro, se fui desonesto,
se exigi demais o que não merecia,
se não dei nada do que podia dar...
Desculpe seu eu lhe amei demais, 
desculpe se eu lhe amei de menos,
eu sou assim mesmo, um louco
que perdeu o controle de quase tudo...
Desculpe se fui um vendido, um canalha,
um vagabundo andando por aí,
alguém que poderia ter sido melhor,
que poderia ter dado menos trabalho...
Desculpe se eu não fui fiel,
se minha alma é mais torta que os olhos,
se a minha rudeza espanta muitos,
mas a minha ternura nunca foi vista...
Desculpe se meus versos são tristes,
se mesmo alegre encontro alguma coisa
que posso dar algum motivo de choro,
é o vício de ser sempre assim mesmo...
Desculpe o incômodo, desculpe aí...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Alguns Poemetos Sem Nome N° 322

O amanhã é o hoje com requintes de ontem. Todo amor acaba sentindo raiva de si mesmo. Os pássaros acabam invejando as serpentes que queriam ...