domingo, 24 de maio de 2020

Quase Poema

Quando levar seu filho ao psicólogo - post Tá, e AGORA?
Em notas dissonantes me mirei
num quase espelho
e me indaguei sobre perguntas
que nem mesmo sabia que existiam...
Não eram meros cálculos
eram bem mais que isso
eram reflexos que me perseguiam
por onde eu passasse...
Eu tentei quebrar o velho relógio
mas isso foi apenas uma inutilidade
as coisas acontecem como são
e evitar o inevitável
é lavrar pedras com mãos puras...
Espinhos também trazem recordações
e na distância em que vivemos
o bem e o mal se esmaecem
e acabam se confundindo para nós...
Nem sei em qual chuva estamos
o que aconteceu já aconteceu
não há retrocesso para o destino
as sentenças já foram lidas...
Não sou o pior e nem o melhor
apenas mais um que fala e ouve
e as palavras vem no galope
dançar alegres em torno de mim...
Esqueçam velhos sonhos que teimam
o encanto é a tinta que esmaece
o gosto nunca mais será o mesmo
e a poeira vai se acumulando...
Não mapas e nem roteiros tão seguros
para essa estrada chamada vida
os tombos nos esperam pacientes
para poderem ri de todos nós...
E quase como num ritual
tentei fechar meus olhos cansados
mas é difícil com os berros da solidão
virar para o lado da parede e dormir...

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