Nem eu mesmo sei como tudo está, sendo eu mesmo testemunha ocular de mim mesmo. Não sei se tem que ser assim, dizemos que aprendemos á viver, mas no fundo, no fundo, desconhecemos as regras.
Demais, pouco, tanto faz.
Quantos segundos vivi até hoje, qualquer computador pode fazer as contas; quanto de oxigênio consumi, talvez a atmosfera me faça o favor de dizer; quanto espaço ocupei em desnecessidades absolutas; quantos quilômetros correram o sangue de minha veias; mas, isto tem sido necessário?
Demais, pouco, tanto faz.
Não sei mais dizer onde estão os meus brinquedos; as fantasias que um dia usei, essas também não sei; para onde foram parar os meus antigos carnavais, não faço a mínima ideia, a amnésia do corpo é grande e a da alma também.
Demais, pouco, tanto faz.
Muitas canções penso que escutei e nem acabei escutando; outras tocam todos os dias dentro de minha cabeça, mesmo que eu nem perceba; todo o silêncio vem gritando aos poucos, é apenas um artifício para não ser tão notado.
Demais, pouco, tanto faz.
Tentamos ser melhores, eu tento, todos nós tentamos, mas velhas ideias acabam atrapalhando; todos nós vivemos no lixo da nossa própria responsabilidade; comemoramos o nada; vivemos a morte. nosso medo não nos faz nada para afastá-la.
Demais, pouco, tanto faz.
Tudo que é grande acaba diminuindo até chegar ao nada; do nada podem surgir as maiores coisas; dicotomia sim, dicotomia sempre, mesmo que os senhores filósofos puxem minha orelha; tudo vai na mesma direção.
Demais, pouco, tanto faz.
E eu continuo andando, nem sei o porquê, talvez seja pela força do hábito. As alucinações podem ser tal reais que podemos até tocá-las. Os meus mortos me esperam com solene paciência, todos têm quem os espere, num dia certeiro.
Demais, pouco, tanto faz...
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