Mesmo que o vento não sopre mais na mesma direção,
Ainda vamos cantar aquela nossa velha canção...
Uma canção feita de nuvens, de pássaros, de águas,
Onde não haverá lugar para velhas ou novas mágoas...
E mesmo que ele diga que não é mais nosso amigo,
Não nos importaremos de correr algum perigo...
Quero dar um salto no abismo para poder enfim voar,
Provar novamente o gosto que tem o verbo amar...
E ainda que venha derrubando o que há pelo caminho,
Não há de conseguir me ferir nem só um pouquinho...
Estarei usando uma forte armadura feita de estrelas,
Daquelas que os homens malvados não podem vê-las...
Conheço segredos que os bichos é que me ensinaram,
Não me importando se muitos dias por mim passaram...
Não me importa se várias das minhas rugas surgiram,
Se os muitos castelos que um dia ergui já caíram...
Mesmo que o vento não sopre mais na mesma direção,
Eu ainda carrego no meu peito o mesmo velho coração...
Um coração que ainda sobrevive por tantas noites e dias,
Esperando encontrar finalmente essa chamada alegria...
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