É
para os filhos-da-puta que dedico este poema,
Não
para os filhos das profissionais do sexo.
A
maioria das vezes criados com todo amor e carinho.
É
para os outros filhos-da-puta que dedico.
Os
que são o espinho no pé da humanidade,
Aos
safados, aos chatos por natureza,
Aos
que colocam o pé na frente esperando o tombo,
Os
que sacaneiam o seu próximo ao máximo
E
vão depois dormir o sono dos justos,
Aos
que desconhecem o que é consciência limpa,
Os
que gostam de beber suor e lágrima alheia,
Aos
falsos moralistas que dedico estes versos,
Aos
juízes de merda das ações das outras pessoas,
Aos
religiosos que fazem Deus corar de vergonha,
Eis
aqui a minha debochada homenagem.
Aos
grandes filhos-da-puta que a humanidade teve,
Aos
falsos governantes, aos tiranos sanguinários,
E
também, aos filhos-da-puta anônimos,
Os
maus vizinhos, os maus colegas, os maus amigos,
Os
que negam um simples pão ou um consolo,
Todos
os que riem das piadas de mau gosto da vida,
Os
que carregam os bolsos cheios de sujos preconceitos.
Filhos-da-puta!
Filhos-da-puta! Filhos-da-puta!
Os
que estragaram vidas por uma simples transa,
Os
que desprezaram os sentimentos mais ternos,
Os
que se acham melhores e que conseguem ser os piores,
Os
mais gostosos, os mais bonitos, os mais inteligentes.
Aos
que maltratam nossos pobres irmãos, os animais,
Os
que não ligam para o que acontece ao planeta,
Os
que vivem pela moda sem senso de ridículo,
Os
que colocam o dinheiro em primeiro lugar,
Os
que são desleais e ainda os que são mesquinhos.
Eis
aqui minha sincera homenagem!
Para
os que desconhecem o que é diferente,
Os
donos de toda inveja e de todo orgulho,
Os
que possuem a alma semelhante aos esgotos,
Os
que se escondem sob o disfarce da santidade.
Eu,
todos nós, os malditos lhes saudamos!
Somos
meninos de escola em frente de sua maldade...
Todos
os adjetivos depreciativos são seus, muito seus.
É
para os filhos-da-puta que dedico este poema...
(Extraído do livro "Só Malditos" de autoria de Carlinhos de Almeida).
