Tiras de jornal. Papel em branco. Bandeirinhas no ar em sublime desfile. Quantas e quantas vezes olhamos para o alto. E rimos. E rimos. Mesmo chorando por dentro. Por fora. Ou chorando sem chorar.
É o balão. É o alto. Em dias quentes. Em dias frios. Em dias à temperar. E o tempero do dia são os olhos distraídos que não querem me olhar. Uns olhos de não sei quem é. Mas que quero mais que tudo. Mais que a própria vida. Ou que a última cerveja antes de ir pra casa.
Pássaros suicidas em vôo rasante. Num céu com naves espaciais coloridas de papel crepom. Fica mais chique. Ainda mais se as cores forem escolhidas à dedo. Nada importa além disso. E as nuvens trazem sua contribuição pra festa.
Eu me lembro de coisas que queria esqueço. Eu esqueço de algumas dores quando consigo. Mas as cicatrizes permanecem lá. Vamos ensaiar hoje os passos de um balé que nem sabemos se um dia vamos executar.
Não há exceções. Somente variantes. Não há diferenças. Somente verdades aparentes. E nisso consiste a fórmula secreta. Não há amores às vezes. Só paixões teimosas como raízes que teimam em ficar na terra.
Tudo passa. E as roupas no varal secam ligeiras. Tudo vive. E mesmo quando aparentemente morrem foi um engano. Os crimes são transformados em números. Mas serão cobrados um à um. Em seu tempo certo o garçom traz a conta. E a casa pede gorjeta.
Deixe que os sinos toquem. Eu não sei porque e mais não tenho tempo pra. Quando muito inverto palavras em jogos banais. Vamos sempre. Como a cena de um filme bem transada. Mas que faltou o mocinho. Vamos contando moedinhas enquanto isso.
Haverão novos foguetes. E o que mais longe levar ainda não basta. Nossa alma vai bem mais longe. Pura fricção científica como os carrinhos que queria ter e não tive. Arme a lona. O espetáculo vai continuar. O espetáculo não pode parar.
Pare tudo que estiver fazendo. Esqueça compromissos que vão e voltam. Viver é bem mais fácil quando vivemos. E só isso. Não compliquemos mais as coisas como pálidos parnasianos. Não há medida algum. E se tem alguma. Esquecemos no bolso da outra calça.
Com a leveza dos elefantes bailamos. E rimos uns dos outros. Tudo que temos é isso que mostramos nas mãos. E olha que sobra muito mais do que precisamos. Confira aí. Ventos bons ou ventos ruins são ventos. Sem problemas...
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