domingo, 19 de janeiro de 2014

Nós


Estávamos em qualquer lugar por aí. Sem a noção exata de todos os referenciais possíveis. Somos nós esses loucos que alguns livros falam constantemente. Somos nós. Pedintes de alegria fácil e barata. Tão diferentes e bem parecidos. Rindo uma vez e chorando dez ou mais vezes. Na expectativa do melhor de todos os carnavais. Somos e não somos nós mesmos. Lembrando tempos tão pobres e pequenos como nossa bêbeda emoção. Que roupas legais estas. E ao mesmo tempo feias e fora de moda. Somos nós na pose da fotografia casual de momentos mais ou menos divertidos. Estamos nós presos ao papel e ao desbotamento do tempo. Aos riscos e arranhões feitos sem querer. Sim. Sim. São vários diálogos guardados em restos de memória. Cada um pode completar uma letra. Cada um desenhe um símbolo. A vida é feita de símbolos e códigos que qualquer criptografista jamais irá desvendar. Coloque aí mais uma. Me dê mais fichas para costumeiras músicas inéditas. Nós estamos e ainda assim nem chegamos. Não somos paradoxos. Apenas enigmas. Não somos maus. Apenas nem sabemos corretamente quem somos. E por isto viramos o rosto de o choro é nosso ou não. E deveria ser o inverso. Me chame qualquer hora. Me ligue à cobrar. Diga que me detesta que já é alguma coisa. Fale que minhas brincadeiras são de muito mau gosto. Mas que me perdoa. Pelo menos enquanto a raiva não passar. Eu sou assim mesmo. Tive à quem puxar. Em muitas noites de lua dei meus uivos. E me transformei em qualquer coisa. Em dias de sol me transformei em anjo e minhas asas queimavam como fogo. Ou eram mesmo de fogo sem que verdadeiramente soubesse. Muito engraçadas estas piadas que ninguém contou até agora. Muito linda essa cor que ainda não foi vestida na passarela pela loirinha anoréxica que se equilibra no alto de seus saltos. Vamos por onde formos. Eu não acho que esse cabelo fica bem em você. Mas não digo nada. Preferia aqueles cachos que caiam tão bem. Mas se prefere assim lambido o problema é seu. Não estávamos mais em lugar nenhum. Em nenhum bar de madrugada. Em nenhum canto escuro. Ou se beijando na rua para que os últimos indo para casa vissem. O nosso riso cessou. E nada mais houve depois depois do caos... 

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