Eu sou a anticiência
A noção de um último trago
A loucura em quintessência
O monstro que emergiu do lago
Eu sou os versos quebrados
Espalhados no chão da sala
O desejo dos condenados
Que fizeram a sua mala
Eu sou o protesto sem motivo
E um grito sem ter garganta
A vontade de estar vivo
Que a qualquer um espanta
Eu sou o tombo do skate
E uma curva quase fatal
Sem que ninguém me aceite
Até o dia do meu juízo final
Eu sou o trágico da comédia
E o riso no meio do drama
O verbete fora da enciclopédia
E o calor sem ter a chama
Eu sou o fim da conversa
E um adeus sem ter mais
A bondade sempre perversa
No almoço queremos paz
Eu sou aquilo que não se define
Mesmo quando há definição
O mal que não se previne
Mesmo quando é a previsão
Eu sou a estrela que está longe
Eu sou apenas a vela apagada
Eu sou a praga dita pelo monge
E quando muito mais nada!!!
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