sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Repouso Absoluto


Não há mais nada que fazer senão rezar...
Por dias que bonitos em seus castelos
E por entre milhares de girassóis amarelos
Onde a vista ainda possa ainda alcançar...

Não há mais nada que fazer senão parar...

Há muitas lojas e variadas liquidações
Para alimentar e aliviar as nossas paixões
Sem saber onde esse caminho ainda vai dar...

Não há mais nada que fazer senão olhar...

Estamos aqui mas estamos sem ninguém
E ao soar dos tiros todos nós digamos amém
Sem um beco onde se possa então escapar...

Não há mais nada que fazer senão aguardar...

Aguardar o resultado da próxima eleição
Aguardar qual é a moda da última estação
E o que mais existe para se inventar...

Não há mais nada que fazer senão penar...

Com os braços em cruz e bem abertos
Mostrando os desejos que ainda encobertos
Estão por surgir e talvez cada um saciar...

Não há mais nada que fazer senão chorar...

Chorar querendo disfarçar que está rindo
Enquanto mais nada se está sequer sentindo
Nem há mais dinheiro para o que comprar...

Não há mais nada que fazer senão estar

No estado de repouso mais que absoluto
Se sentindo apenas como se fosse um puto
E nós queremos mesmo é gozar...

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