Não há mais nada que fazer senão rezar...
Por dias que bonitos em seus castelos
E por entre milhares de girassóis amarelos
Onde a vista ainda possa ainda alcançar...
Não há mais nada que fazer senão parar...
Há muitas lojas e variadas liquidações
Para alimentar e aliviar as nossas paixões
Sem saber onde esse caminho ainda vai dar...
Não há mais nada que fazer senão olhar...
Estamos aqui mas estamos sem ninguém
E ao soar dos tiros todos nós digamos amém
Sem um beco onde se possa então escapar...
Não há mais nada que fazer senão aguardar...
Aguardar o resultado da próxima eleição
Aguardar qual é a moda da última estação
E o que mais existe para se inventar...
Não há mais nada que fazer senão penar...
Com os braços em cruz e bem abertos
Mostrando os desejos que ainda encobertos
Estão por surgir e talvez cada um saciar...
Não há mais nada que fazer senão chorar...
Chorar querendo disfarçar que está rindo
Enquanto mais nada se está sequer sentindo
Nem há mais dinheiro para o que comprar...
Não há mais nada que fazer senão estar
No estado de repouso mais que absoluto
Se sentindo apenas como se fosse um puto
E nós queremos mesmo é gozar...
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