Eu Te Aviso...

Eu te aviso...

Quando valer a pena eu te digo. Quando valer a pena eu te falo. Eu ligo. Mando um torpedo. Faço sinais de fumaça se precisar. Mas eu aviso...

Eu aviso quando a manhã for nossa em dourados tons. Quando o sol fizer a festa que prometeu. E milhões de seus raios invadirem o meu peito para uma nova vida brotar. Ele entrará pela janela do meu quarto e prometo que não o deixarei sair. Espera só mais um pouco...

Mas se ele não vier e vier uma chuva bonita eu também te aviso. Uma que não seja fria nem escura. Uma chuva forte e alegre que inunde os quintais. Que regue os jardins de uma nova vida. E que faça os meninos dançarem sob ela. Essa sim nos serve. E eu nunca deixaria de te contar...

Se um vento amigo também vir eu te conto. Um vento daqueles que há muito não vemos. Um vento que traga cores. Um vento vindo de terras distantes. E que traga em sua voz histórias boas de se ouvir. Se isso acontecer traga todos os seus amigos e escutaremos tais histórias juntos...

Mas se aquela noite que esperamos decidir vir. Pode deixar que eu te chamo. Vamos contar as estrelas até que cansemos. Vamos apostar corrida com os vaga-lumes. E finalmente entenderemos as canções dos pássaros da noite que já nos deram medo...

Poderemos fazer uma fogueira. Eu também te aviso. É tão bom ver o fogo crepitando e o calor vindo aos nossos corpos. Reunir os amigos em torno e cantar canções. E rir porque o tempo mal já passou. E ficarmos ali até que o sono bata e nos embale...

E se formos dormir abraçados como dois amantes. Claro que eu te chamo. Vamos sentir um calor terno como há muito não temos. E que nos entristece mais porque tivemos um dia. Quero acordar no meio do sono pra te ver dormindo com aquele sorriso que me fazia feliz...

E de manhã eu te acordo. Eu te chamo com todo cuidado. A manhã surgiu novamente e surgirá tantas outras. Numa pintura bonita como não sei o quê. E se partires apenas sorrirei sem despedidas pedindo que voltes. E quando voltares eu aviso onde estou...

Eu te aviso...