Samba no depósito de lixo
Samba no lixão
Jogamos fora com o pé
Pegamos de volta com a mão.
Todo morto sabe o que faz
Sai logo de cena
Não toma café na madrugada
Nem come biscoito de maisena.
Samba no meio do tiroteio
Samba sem razão
Toda folia acaba saindo fora
E nos deixa numa só escuridão.
Todo veneno sabe o que mata
Mata o que satisfaz
Carreguem logo esse bombardeiro
Com todas essas bombas de paz.
Samba na laje que não foi feita
Samba na escuridão
Toda tocaia acaba dando errado
Culpado pro pelotão.
Todo poeta sabe onde erra
Repete as rimas até se enjoar
Não ama mesmo se está amando
Só gargalha se quer chorar.
Samba dentro do aeroporto
Samba no avião
Morro todo dia bem cedinho
Pra não perder esta ocasião...
(Extraído da obra "O Livro do Insólito e do Absurdo" de autoria de Carlinhos de Almeida).
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