domingo, 2 de março de 2025

Alguns Poemetos Sem Nome N° 335

Engole a poesia

Antes que outros tolos façam

Engole com toda pressa bem rápido

Antes que a inspiração se vá

Rabisca os versos em tua pele

Com o sangue de tua ferida

Salve-a do esquecimento

Que para ela é pior que a morte...


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Sócrates bebeu veneno por uma boa causa

E só faltou alguém para tirar a foto e registrar

O pobre coitado nem pôde tirar uma selfie...

Hoje, nós, vermes de nossa modernidade

Registramos o envenenamento de nossas almas

Sem ao menos notarmos isso em redes sociais...


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Toma cuidado com o cuidado excessivo

O teu sucesso não te livrará do esquecimento

E a tua grana não vai espantar a morte...

A nossa tecnologia não conhece milagres

O amor não gosta nem um pouco de timidez...

A vontade antes de passar te dará socos 

Tentar explicar o básico é ainda pior...

Sai correndo enquanto tiveres pernas

E voa entre as nuvens mesmo sem ter asas...


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Eu não tento fazer o inédito.

O inédito foi feito há muito tempo. Há muito.

Eu não tento ser moralista.

Nossa moral chega ser indecorosa. Pornográfica.

Quanto mais nos vigiamos - nos perdemos.

As celas não são todas inseguras. 

Há lá alguns inocentes que se escondem.

Eu procuro ser ao menos um pouco solidário

Com muitos miseráveis que nem eu sou.

Vai um pedaço de céu aí?...


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Escolhi as madrugadas para meus pecados.

Nelas não há enterros e os cemitérios dormem.

Seremos alguns fantasmas num canal amanhã.

Nelas (nas madrugadas que escolhi)

Os ventos não possuem dono algum

E mesmo em pleno carnaval o silêncio manda ainda...


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Quer ser fitness? Seja com um rio...

Os rios só param quando morrem

Ou quando um babaca os desviam

Ou quando a aniquilação faz lição de casa...

Os rios são silenciosos mas mesmo assim falam

E nos dão lições até quando não entendemos...


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A minha, a nossa imaginação é feito mosca,

Uma mosca incômoda e tão necessária,

Dessas que nunca conseguimos matar

E que nos obriga a dar tapas na cara

E proferir pragas que nunca darão certo...

Cuidado, meu amigo, muito cuidado,

Ela morre em pouco, muito pouco tempo...

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